Durante o mês de setembro de 2024, o Plano Básico Ambiental – Componente Indígena (PBA-CI) e o Programa de Gestão dos Bens Culturais Guarani Mbyá promoveram uma série de ações voltadas ao fortalecimento das comunidades indígenas do litoral paranaense.
Foram custeadas viagens para acesso à medicina tradicional do povo Guarani, reparo de equipamentos, custeio de telefonia e internet, monitoria e abastecimentos diversos, que contemplaram todas as aldeias.
A comunidade da aldeia Pindoty decidiu encerrar sua antiga Associação Comunitária, existente desde 2013, para fundar uma nova entidade. Como parte do processo de estruturação, foi organizada uma oficina de formação em associativismo, ministrada por uma advogada especializada no assunto. Durante o evento, foram debatidos tópicos relacionados ao estatuto da nova associação, aspectos legais e práticos do associativismo, além de apresentações e debates entre as chapas inscritas. O estatuto foi detalhado e a nova diretoria foi eleita, marcando uma nova etapa para a comunidade.
Formação em associativismo e debates na aldeia Pindoty
A agenda de setembro também contemplou a gestão territorial e o planejamento de atividades culturais. Em Karaguatá Poty, foram realizados alinhamentos sobre a construção do Centro de Cultura e o Seminário Guarani. A comunidade também participou de aulas de informática, com a criação de uma fanpage para divulgar informações sobre a aldeia.
Na aldeia Guaviraty foi realizada formação em informática, além do planejamento das ações de monitoramento territorial e turismo comunitário. Também foi acompanhado o progresso da construção do paiol e iniciado o plantio de um pomar que visa diversificar a oferta alimentar e restaurar a cobertura vegetal na Terra Indígena. Também foi realizada uma oficina sobre técnicas de pesquisa em Ciências Humanas, com o objetivo de fortalecer a atuação dos pesquisadores indígenas em temas relacionados à cultura e à história Mbyá Guarani.
Ações de manejo agroflorestal incluíram uma oficina sobre técnicas tradicionais de plantio na aldeia Pindoty, conduzida pelo xamói (ancião) Sebastião.
Nas aldeias Karaguatá Poty e Guaviraty, houve ainda oficinas de introdução à Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI). As comunidades também participaram de atividades de cultivo, adubação e planejamento agrícola, com a entrega de equipamentos e insumos para apoio aos trabalhos.
No âmbito do Programa de Gestão dos Bens Culturais Guarani Mbyá, que atende o IPHAN, ocorreram formações, entrega de equipamentos audiovisuais e o planejamento da exposição “Mbyá Rekó Arandu – A Cultura Guarani Mbyá do Litoral Paranaense”, prevista para 2025. As atividades voltaram-se à construção da narrativa expográfica da exposição, organização de reuniões de curadoria compartilhada e seleção de registros culturais.
A aldeia Cerco Grande, de Guaraqueçaba, recebeu formação e equipamentos de produção audiovisual, com o objetivo de instruir a comunidade para a produção de seus próprios registros culturais.
As ações de meliponicultura também foram destaque, com a implantação de oito colônias de abelhas sem ferrão e um curso introdutório sobre o cultivo de abelhas nativas nas aldeias Araçaí e Pindoty. Ainda em Araçaí, houve também o planejamento da reforma da opy (“opã”, casa de reza) e a entrega de um violino.
Na aldeia Kuaray Haxá, de Antonina/PR, foram entregues instrumentos musicais para a casa de reza e tomados registros audiovisuais a partir de entrevistas realizadas com as lideranças da aldeia.