Institucional

Volume adicional é estimado em 500 TEUS a mais por semana no terminal de contêineres do porto paranaense

Em meio a uma crise logística mundial, com empresas relatando atrasos nos embarques em navios e dificuldades de obter contêineres para exportação, o Porto e Paranaguá, segundo maior do país, passará a receber cerca de 500 TEUs (Unidade equivalente a 20 pés, na sigla em inglês) a partir de janeiro deste ano. O volume adicional é resultado do lançamento de uma nova rota internacional, operada pela coreana Hyundai Merchant Marine, que ligará a Ásia ao Brasil com escala direta na Índia.

“Essa necessidade chegou entre julho e agosto do ano passado, já em um momento em que o mercado estava demandando muito espaço e equipamentos, e muito em virtude do que eles [armadores] estavam enxergando no mercado como oportunidade”, explica a gerente de armadores do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), Carolina Brown. Ao todo, sete navios com capacidade de 4,5 mil a 5 mil TEU’s farão a rota Busan, Shanghai, Ningbo, Shekou, Singapore, Kattupalli, Durban, Santos, Paranaguá, Itapoá, Navegantes, Buenos Aires, Montevideo, Singapore, Hong Kong e Busan.

Embora o foco do serviço esteja na importação de produtos do leste asiático para o Brasil, Carolina destaca que a nova rota contribuirá para aumentar a concorrência no setor de frete marítimo internacional no país em um cenário de forte alta nos preços e demanda aquecida. “Apesar de ser um serviço pequeno comparado ao demais, ele traz, além do espaço, o fator de concorrência. É um concorrente a mais que acaba movimentando o mercado como um todo e que acaba atendendo também a exportação”, explica a gerente de armadores do TCP.

Principal porto de entrada de fertilizantes no país, o Porto de Paranaguá também se beneficiará da escala direta na Índia, país que concentra um quarto da produção mundial de ureia e com importância também na produção de potássio. “A escolha da Índia é muito voltada principalmente para importação porque vai usar essa parada para levar as cargas da Ásia pra a Índia, quando abre espaço no navio para trazer cargas indianas”, destaca Carolina.

Na exportação, o Porto de Paranaguá e o maior no comércio de carne de frango e o segundo no setor de papel e celulose – ambos dependentes de contêineres. “A principal demanda, sem dúvida, é a proteína, o que mais se exporta, mas também madeira, papel, algodão, porque existe uma procura para carga seca também que hoje são os clientes que mais nos acionam em busca de espaço”, completa a executiva ao destacar que granéis sólidos são, hoje, os produtos mais afetados pela crise logística internacional.

“A carga seca nunca deixa de ser o foco da operação, mas o armador não vai priorizar o espaço do contêiner refrigerado para levá-los vazios para a Ásia. Esses vão estar sempre cheios. Masa carga seca não. Por isso, esse cliente acaba sofrendo mais com falta de espaço e de contêineres”, observa Carolina. A previsão é de que o primeiro navio da rota lançada este ano chegue a Paranaguá no próximo dia 23.

Fonte: Globo Rural

Thaisa Tanaka