Iniciativa é fruto de acordo de cooperação técnica firmado em 30 de junho pelo MPT e pelo Grupo Mulheres do Brasil
Brasília – O Programa pelo Fim da Violência contra a Mulher ganhou a adesão do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), situado no Paraná. Essa é a primeira empresa a participar da iniciativa, que foi criada a partir da cooperação técnica firmado em 30 de junho entre o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Grupo Mulheres do Brasil. O programa visa criar uma rede de apoiadores composta por pessoas e instituições para desenvolver a conscientização e superação da violência de gênero e violência doméstica por meio de ações direcionadas às mulheres e aos familiares que venham a ser atendidos pelo programa.
Por meio da adesão, a TCP firmou o compromisso de ofertar cinco vagas de trabalho por ano a mulheres em situação de violência de gênero atendidas pelo Sistema de Justiça e Assistência Social. A empresa também facilitará a implementação de medidas que permitam o afastamento do local de trabalho e modificação da rotina diária de trabalhadoras vítimas de violência doméstica. Além disso, será criada identidade visual para o programa para que ele seja amplamente conhecido e divulgado.
Segundo a gerente de Recursos Humanos da TCP, Thaís Marques, a violência contra as mulheres se manifesta de diferentes formas, atingindo os direitos básicos de saúde, segurança e integridade de milhares de mulheres. “Apoiar essa causa demonstra a responsabilidade social e o compromisso da TCP em estimular ações para uma sociedade igualitária, que não pode mais aceitar atos de violência – muitas vezes perpetuados dentro de lares e em famílias que deveriam ser exatamente a referência de respeito, proteção e apoio. Promover o programa significa dar voz para as vítimas mais vulneráveis que nem sempre recebem orientação ou apoio correto para manterem-se firmes no basta”, destacou Thaís Marques.
De acordo com a representante, o programa será divulgado na empresa a partir de novembro para coincidir com a campanha internacional “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, que ocorre entre 20 de novembro e 10 de dezembro. No dia 6 dezembro, a ação será exclusivamente direcionada na mobilização dos homens no combate à violência contra mulheres. “Vale lembrar que mais de 90% do nosso quadro, é formado por homens e acreditamos que o modelo de educação e conscientização deve ser de todos e não só das mulheres”, explicou a gerente de RH da TCP.
O convênio foi assinado no dia 30 de agosto e tem duração de 24 meses com possibilidade de ser prorrogado mediante termo aditivo.
Cooperação – Dentre as ações propostas pela parceria firmada entre o MPT e o Grupo Mulheres do Brasil estão a oferta de diversas possibilidades de trabalho para mulheres atendidas dentro das instituições apoiadoras do programa, aconselhamento psicológico e orientação profissional. Também prevê auxílio para mudança, oferta de capacitação profissional e empreendedora para mulheres atendidas, oferta de vaga em creche ou escola fundamental e oportunidade de entrada em programas profissionalizantes para os filhos das mulheres atendidas.
Segundo a coordenadora nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade) do MPT, Adriane Reis de Araújo, “o programa traz a sociedade civil para participar da construção de uma rede de apoio à mulher, considerando que a independência econômica da mulher é um instrumento importante para romper com o ciclo de violência de gênero e violência doméstica”.
A Coordenadora regional da Coordigualdade no Paraná, Cristiane Lopes, que atuou na adesão da TCP, comemora a sensibilização das empresas em relação à violência estrutural contra as mulheres, que precisa ser combatida no âmbito doméstico mas também no meio empresarial, através de políticas que inibam o assédio moral e sexual.
Grupo Mulheres do Brasil – Criado em 2013 por 40 mulheres de diferentes segmentos, o Grupo Mulheres do Brasil tem como objetivo engajar a sociedade civil na conquista de melhorias para o país. É presidido pela empresária Luiza Helena Trajano e tem mais de 95 mil participantes no Brasil e no exterior.
Fonte: Ministério Público do Trabalho